Por volta de 1660, o pintor Rembrandt van Rijn saíra de moda entre a alta burguesia holandesa, em grande parte devido ao seu estilo “rude” de pintar, com figuras deselegantes e grossas camadas de tinta. Vivia uma vida modesta, quando surpreendentemente, o conselho municipal de Amsterdã o escolhe para pintar o quadro mais nobre a ser colocado em sua sede: “o juramento de Claudius Civilis” ou “A conspiração dos batavos”.
O tema fora escolhido para celebrar o momento em que os batavos, ancestrais dos holandeses, uniram-se para combater os invasores romanos. Um antigo discípulo de Rembrandt fora escolhido inicialmente para o trabalho, mas veio a falecer no meio da tarefa.
O conselho então, relutantemente, decide convocar Rembrandt, mas solicitando ao velho pintor que maneirasse seu estilo, dando um tratamento mais elegante, clássico à pintura. Rembrandt se recusa a mudar. Concebeu uma tela espetacular de mais de 5 metros de altura, e ao invés de elegantes chefes militares, pintou numa luz bruxuleante uma reunião de guerreiros, homens de uma tosca aparência bárbara, afinal era o que eles eram, pensou o artista.
Os aristocratas de Amsterdã não entenderam a visão do artista, e, recusando-se a mantê-la pendurada no salão nobre, devolvem-na sem nenhum pagamento. Um outro ex discípulo de Rembrandt, Jürgen Ovens, é chamado para terminar a tarefa. Sem a possibilidade de instalar a sua obra num palácio, Rembrandt decide então cortá-la, para diminuir drasticamente o seu tamanho, e se tornar acessível a clientes mais modestos. Sabemos hoje como seria a composição original apenas através de um esboço preparatório do artista.